domingo, 19 de outubro de 2014

O dia em que morri

Acho que todo poeta não morre quando seu coração para de bater e sim quando para de escrever porque as palavras são as batidas do seu coração.

Assim um dia, não sei bem qual, eu morri.

Agora me sinto acordando de um coma. Não sei quem sou, não sei onde estou... Só lembro de uma caneta e um papel com muitas palavras embaçadas.

Lembro que sempre gostei de escrever, agora de digitar, já não sei.

No papel parece que cada letra escrita é um sonho criando forma, agora aquelas letras perfeitas aparecendo na tela, já não sei.

Escrever no papel é como viver, não se pode errar se quer uma letra sem que isso deixe suas marcas. Digitar seria uma vida sem lembranças, sem memória, tudo apagado em um simples delete ou em um fechar sem salvar.

Me disseram que escrevendo novamente voltaria a viver, mas apenas digitando, já não sei!!!